terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Artigo: Gestão de Dados – Parte I: Informações gerenciais e qualidade

É inegável que na Era da Informação e do Conhecimento todas as entidades, sejam elas empresas ou pessoas, armazenam e utilizam informações na maior parte do tempo.

          No caso das empresas a velocidade em que uma informação é armazenada, bem como seu volume, é muito maior e por isso requer melhoria contínua tanto em capacidade de armazenamento quanto na velocidade da sua recuperação. Além disso, existe outra faceta menos técnica, que é a elegibilidade de qualidade para um dado. Como, hoje em dia, pode-se dizer que um dado possui ou não qualidade? E como esse dado forma uma informação de qualidade?  
Dados são muito mais do que bits e bytes. São estruturas atômicas que, quando dispostas em conjuntos, podem compor informações capazes de viabilizar análises diversas das operações da empresa, resultados de campanhas de marketing, prospecção de novos mercados, identificação de novos perfis de consumo, e diversas medidas de desempenho, comparação com concorrentes, etc.

Assim como um médico, que se utiliza de exames laboratoriais para melhor diagnosticar a doença, um executivo utiliza as informações estratificadas das operações da empresa para medir e apontar as diretrizes de crescimento e, nos dois casos, se as informações coletadas no momento de sua definição estiverem com déficit de qualidade, o diagnóstico estará comprometido.

E é dentro de um contexto de qualidade que se instaura a gestão de dados. Gerir dados é administrá-los de forma que eles possam cumprir com seus objetivos e gerar valores para seus consumidores.

Do ponto de vista de informações gerenciais, seus consumidores são agentes que tomam decisões e, por isso, o fator de sucesso para que um relatório gerencial cumpra com seu objetivo é a qualidade da informação nele contida.
 
O que envolve essa qualidade?
                A gestão de dados é um processo que contém em si um conjunto de componentes, sendo os principais:
  •  Definição da captação dos dados: os dados são captados por sistemas de computadores e armazenados em bancos de dados;
  • Definição do grau de importância para cada dado: ao se criar um novo processo de negócio aonde será necessário armazenar dados, uma definição de qualidade para esses dados deve ser criada. Por exemplo: qual seria uma definição de qualidade para o campo gênero (Masculino ou feminino) em um cadastro de uma loja de departamentos? É importante saber qual gênero compra mais ou qual produto é comprado mais por mulheres e homens? É estratégico para as ações de marketing da empresa? Auxilia, por exemplo, na fidelização do cliente? Se sim, esse campo é imprescindível não para as vendas, mas sim para as estratégias de marketing.
  • Definição de critérios de qualidade para cada dado importante:  dado do exemplo acima, uma vez detectado que o campo tem valor estratégico, ele deve ser marcado como obrigatório nos formulários eletrônicos da organização e deve ser registrados nas bases de dados no ato do cadastro.
  • Medição e limpeza: ferramentas podem ser utilizadas para medir a qualidade dos dados nas bases. A medição pode ser utilizada em dois contextos:
    1. Bases que já estão estruturadas no contexto da qualidade: a medição passa a ser evolutiva. Os dados estão de acordo com os critérios de qualidade e, a partir daí, podem ser estudados novos critérios;
    2. Bases que não contém nenhuma qualidade: um estudo de dados (profiling) pode se iniciar a partir da medição. Critérios de qualidade podem ser criados de acordo com a necessidade do negócio e a limpeza dos dados pode ser viabilizada

      Uma vez definidos critérios de qualidade, são constatados caso ocorra 100% (ou outro valor pré-determinado) de ocorrências positivas em sua medição. No exemplo do gênero, existirá qualidade nesse dado uma vez que, ao se recuperar os dados da base, a amostra apresente 100% do gênero preenchido com os valores “Masculino” ou “Feminino”.
 
      A inteligência competitiva não é mais medida pelo quanto de Tecnologia de Informação uma empresa possui, mas sim, em como ela gere essa tecnologia para os benefícios do seu negócio e a viabilidade de seu crescimento.
 
      Uma boa gestão de dados pode ser capaz não só de prover retorno financeiro, mas também de alçar a empresa para novos mercados e negócios.